Você se conhece bem? Sabe seus limites, o que lhe deixa plenamente satisfeito e que lhe deixa profundamente triste? Conhecer a si mesmo é preciso, para poder se aceitar, antes de tudo, e para aprender a se dar valor do jeito que é, para se amar e para mudar aquilo que não lhe agrada também. Nada disso é possível se você não souber quem você é. A falta de "entendimento" consigo mesmo pode atrapalhar todos os setores de sua vida, porque você pode começar a correr atrás dos sonhos alheios achando que são os seus, você pode se privar de certos prazeres que, aos olhos dos outros parecem inadequados ou irrelevantes, você pode começar a fingir que está tudo bem e sob controle, só para não "dar o braço a torcer" de que pegou uma direção errada lá atrás...são tantas e tantas maneiras que existem de se prejudicar pelo simples fato de não sabermos o que nos torna pessoas inteiras...E uma pessoa inteira não é aquela toda óbvia, sem arestas, exata... não, a pessoa inteira é aquele que conhece todos os seus ângulos e desvios, que sabe percorrê-los, seja acompanhada ou sozinha, que reconhece suas fases e as aproveita inteiramente. Digo isso porque, não é possível passar pela vida sendo um só, sem mudar, sem escolher, sem abrir mão. Há tempo para tudo nesta vida, se um um dia você já esteve ávido por novas aventuras, olhou pela janela e disse : "quero desbravar o mundo, correr além da linha do horizonte", haverá sempre um tempo de calmaria, em que vai olhar para dentro de si e dizer: "que imensidão existe aqui mesmo para ser explorada" e então vai querer fechar as cortinas.
Muito me intriga, gente que é sempre igual, e me entedia também, gente que está sempre sorrindo, soltando fogos, querendo beijar e abraçar a todos, que é sempre efusivo, que está sempre aberta a novas amizades, que nunca tem nada a reclamar, assim como me intriga e entedia o oposto, gente que sempre está reclamando de tudo, que está sempre arisca e avessa ao novo, sempre contemplativa e sozinha, porque por mais que em nós, preomine ou a instrospecção ou a extroversão, não somos robôs, não reagimos da mesma forma a eventos diferentes. Às vezes, a gente sente vontade de ser diferente, de mudar a forma como agimos e ficamos receosos, como se uma vez fugindo do usual, não conseguíssemos fazer o caminho de volta e isso não é verdade, sempre podemos experimentar e devemos experimentar, quando nos der vontade e não haja nenhum impedimento. O máximo que pode acontecer é descobrirmos que gostávamos mais do jeito que já estávamos habituados e não há nada de terrível nisso, ao contrário, é maravilhoso, isso é ser livre, isso é conhecer a si mesmo, é poder dizer com segurança: "já andei por este caminho, mas agora prefiro o outro" ou então: "cheguei até aqui, mas não quero ficar, quero fazer a jornada de volta, que bom que agora já sei o caminho".
Por que ficar pegando receitas de felicidade com os outros se somos tão diversos, se temos autonomia para testar as nossas próprias receitas? Não vejo motivo, a não ser as barreiras da nossa própria mente. E sabe o que é melhor? Você não precisa de autorização de ninguém, você não precisa nem que ninguém saiba, que mania é essa de querer contar tudo para todo mundo, de ser aceito por cada um que te conhece? Realize seus sonhos, suas fantasias...e compartilhe-os apenas se sentir prazer nisso, ou se isso o fizer aproveitar as coisas de uma melhor forma, com mais leveza, caso contrário, arranque a página, apague o texto, tem histórias que nunca serão publicadas, nem por isso deixam de ser reais para quem as escreveu!
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Um texto sobre quem você realmente é.
Há algum tempo atrás, por causa de um texto da Martha Medeiros, algumas blogueiras se "lançaram um desafio", o de, assim como a Martha, escrever um texto que dissesse quem era cada uma de nós. Essa brincadeira mexeu tanto comigo, que não consegui terminar o meu texto a tempo para a "postagem coletiva", mas não desisti e empenhadíssima, continuei tentando terminar o que também foi um exercício de autoconhecimento. Quando consegui por fim, escrever, coloquei o texto , de tão fiel que o mesmo ficou na definição da minha pessoa, mas nunca postei aqui no blog. Então, chegou a hora de compartilhar esse texto com vocês e lançar o desafio: Quem é você? Escreva um texto sobre quem você realmente é.
Quem Sou
Das estações, sou o outono, que não tem medo de renovar-se, mesmo que seja necessário perder algumas folhas. Dos ventos, sou ventania, tempestade... não faço barulho à toa, só se for para deixar meu rastro. Das horas, sou a madrugada, que prefere guardar seus mistérios para os que não se assustam com o silêncio da noite escura. Não comercializo simpatia, entrego-a gratuitamente a quem se faz merecedor. Só visto a camisa de causas em que acredito, não vendo a alma. Sou de paz, mas não fujo de batalhas dignas, estas, luto sempre e luto bem! Só discuto se me importa, se respeito. O que desprezo, prefiro ignorar. A minha personalidade tem tempero forte, para os que estão acostumados a gente insossa, sou difícil de engolir. Sou felina: discreta, desconfiada, rápida e certeira. Da música, sou o jazz, que faz a revolução de forma elegante. Sou nostalgia na mesma mente que enxerga anos luz adiante.Das cores, sou a intensidade do púrpura e a atmosfera onírica do lilás.Sou espírito, mente, ar, profundidade, vastidão....Exigente, não compro qualquer campanha, questiono. Se não me satisfaço, invento o que falta, se não posso criar, não fico. Meus valores são firmes, não vão a leilão, não são para agradar, não seguem modismos.Não aceito rótulos,surpreendo sempre quem tenta me desvendar. Quando crêem que não posso,faço o dobro, quando pensam que me importo, já mudei de rumo. Só disputo se considerar uma causa nobre, justa, caso contrário, tenho piedade dos que se deixam queimar com fogo tão brando, que só é capaz de aquecer as minhas certezas, nunca de queimar minhas convicções. Sou livre: de vícios, de elogios, de galanteios, dos humores alheios. Prefiro qualidade a quantidade, ter inteiro do que o "último pedaço". Sou mais amizade que parceria, mais noite que dia, mais luar que aurora, mais fé do que fato, mais montanha que mar. Dos sentidos, sou mais audição que tato, mais visão que olfato e com certeza, paladar...Sou mais feeling que sensação, dona de uma intuição quase instintiva, dada por Deus para me desviar de todo mal. Sou palavra dita, escrita, falada, registrada. Sou consumação. O que tenho a dizer,comunico, seja na diplomacia, no grito, ou no silêncio de um olhar. Quem me entende, tem considerção, quem critica, sabe bem de onde vêm seus motivos, do fundo de seus medos de correr riscos, do receio de olhar nos olhos. Dou mais valor a família que as congratulações. Sou mais cidade que campo, mais vôo que asfalto. Não faço questão de entreter, nem de chamar atenção. Não tento ser moderna, não me esforço para impressionar, não me envergonho de amar. Não invisto em nada por vaidade, não confundo humildade com submissão. Se me engano, recomeço, troco as ferramentas. Só perco a confiança uma vez e se a ganham, sou fiel e exijo o mesmo em troca, não tolero omissão. Gosto das coisas claras, insegurança e indecisão me entediam profundamente. Sou do tipo que faz orações, que tem nos livros grandes amigos, que não se deixa levar pelo riso alheio. Sou de sonhar, mas não de comprar a ilusão dos outros. O que me importa mesmo é viver bem, comigo, com os que me são caros, é chegar no final deste caminho e poder de dizer, poderia sim, ter feito mais e melhor, mas tudo que fiz, valeu à pena......
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