Um mal do qual eu não sofro, mesmo, é do consumismo exagerado. Não que eu seja melhor ou superior às outras pessoas, nada disso (tenho minhas neuras), mas acho que este específico "vírus" não me pegou, talvez por eu não ter a predisposição. Como cresci sem pais biologicos, mais vir pais adotivos trabalhando o dia todo, batalhando para nos sustentar contando os caraminguás, acho que aprendi a dar valor ao meu rico dinheirinho. E depois, não faz parte mesmo da minha personalidade. Sou mais ligada ao que é simples, ao "ser" e não ao "ter", à natureza. Sou meio "hippie" neste sentido, rs... Eu disse "meio"! Claro que tenho que consumir, na nossa sociedade é impossível não consumir nada! Mas procuro consumir aquilo que necessito, que é útil e que posso pagar. Claro que isso não me impede de fazer umas extravagâncias de vez em quando, também não sou nenhum Buda! Mas o perigo está por todos os lados... Se a gente não se policia, acaba caindo na armadilha do consumismo, que pode virar doença, e muito séria, diga-se de passagem-a compulsão.
Sei que não sou nenhuma especialista muito menos psicóloga ou psiquiatra para falar do assunto, mas tenho minha experiência de vida e minha vontade de ajudar, e isso conta. Depois, com a ajudinha do Dr. Google, pesquisei, resumi e aprendi bastante (rsrs).
Como meu blog é direcionado às mulheres e este é um assunto atual, me sinto capaz de alertar as mulheres sobre os riscos do consumismo exagerado, já que este atinge principalmente as mulheres (na proporção de 1/4).
Até porque aqui na própria blogsfera cresce o número de blogs sobre makes, cosméticos, moda e afins, que nos "enchem os olhos" e apresentam todos os dias produtos variados, atrativos, sedutores, que incentivam mais ainda ao consumismo. Sei que incentivar o consumismo não é o objetivo destes blogs, até porque a dona do blog não está vendendo diretamente os produtos e sim dando dicas de compras às suas leitoras/consumidoras, prestando assim um serviço, muito útil até, eu diria. Só que tem o outro lado... Pensem no quanto as empresas economizam em propaganda e lucram? Neste sentido a blogsfera deve estar sendo uma "mina de ouro" para os fabricantes.
E é aí que devemos redobrar a atenção, para não acabarmos sendo vítimas inconscientes da mídia.Porque o consumismo atinge principalmente as mulheres?
Bom, pesquisei e, segundo o psicólogo Giovanni Siri, professor de psicologia do consumo na Universidade Vita-Salute San Rafaelle, em Milão, o consumismo atinge principalmente as mulheres pois esta tradição é concedida à elas. Desde pequenas as mulheres são incentivadas e impulsionadas às compras em nossa cultura. O consumismo atinge seu auge entre a adolescência e a fase adulta, quando a mulher se torna financeiramente independente.
O professor Giovanni também aponta que o consumismo pode ser usado para remediar carências afetivas e dificuldades de relacionamento. É como se, diante de situações que deixem a pessoa frágil e ansiosa, ela tente preencher a falta de relações mais profundas e complexas com objetos, já que estes não rejeitam nem decepcionam.
O consumidor em potencial só se satisfaz com a compra do objeto de desejo, mas este perde o valor tão logo depois de adquirido. O consumidor então elege outro e outro objeto de desejo e assim vai consumindo compulsivamente, como se quisesse preencher um vazio, um buraco sem fundo, na tentativa vã de suprir suas carências emocionais.
O consumismo também é uma forma de se encaixar em determinado grupo, de obter uma identidade (ainda que falsa e alienada), de ser aceita e notada, o que no fundo remete à uma carência afetiva e à baixa auto-estima.
Afinal o que é consumismo?
Consumismo é o ato de comprar produtos e serviços sem necessidade ou consciência.
É preciso deixar bem claro que consumismo é diferente de consumo.
Consumo é o contrário, é a compra necessária, consciente. Portanto, consumidor é aquele que compra os produtos necessários para sua vida, que pesquisa, que compara, que mede os prós e os contras de seus atos. Já o consumista é inconsciente. Faz suas compras influenciado pela mídia, pelo marketing e pela sociedade capitalista atual, que visa o lucro rápido.
Outros prejuízos causados pelo consumismo:
O consumismo não prejudica só o consumista. Ele tem consequências muito mais amplas e complexas, como a alienação do indivíduo, a multiplicação de supérfluos que contribuem para a degradação das relações sociais, a oneomania que é a compulsão por gastar (viu como é doença? Tem até nome feio!) e ainda por cima afeta o meio ambiente, pois o aumento do consumismo gera desperdícios e muito lixo. Isso sem falar na exploração do trabalho escravo e semi-escravo que está sendo utilizado por muitas empresas (como a Nike...) para dar conta da linha de produção e lucrar mais. Pense também nos testes que são feitos em cobaias animais.
Mas claro que você pode pensar:"Ah, que mal eu estou fazendo?" "O dinheiro é meu e eu gasto como eu quiser!" "Não é crime consumir!" Não, não é crime, lógico que não! Você pode continuar sendo enganada e fingindo que está tudo bem, se quiser. Você tem liberdade para isso: para escolher! Liberdade, aliás, não é sair fazendo o que dá na telha, e sim poder escolher! Se você tem certeza de que está certa e não quer parar, por favor não páre!
Agora, se de alguma forma esta matéria te fez refletir ou repensar sobre o assunto e você não quer acabar no divã de um terapeuta nem tomar antiansiolíticos, então, tire o pé do acelerador! É só um alerta, um conselho. Ignore-o se quiser, não tem nada de mais.
Vale uma dica
Se caiu sua ficha e você percebeu que está entrando numa de gastar demais sem necessidade, faça para si mesma três perguntinhas básicas antes de comprar:
-Preciso mesmo deste produto?
-Posso pagar sem dificuldades ou prejuízo?
-Vou mesmo usá-lo?
Garanto que a maioria das compras são adiadas logo na primeira pergunta!
Agora, se estas três perguntas básicas diante da vitrine não valeram de nada e você realmente quer parar mas sozinha não consegue, então procure ajuda psicológica, vale muito à pena.
"O parecer parece mais importante que o próprio ser."