terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Acertando...!!


Acordei hoje com vontade de acertar...mas não contando com os outros nem mesmo com a própria sorte.Quero contar agora com as forças que emano, com os gritos que saem da minha garganta, com o choro que molha tudo e lava a minha alma,com o riso que rola fácil quando o coração está tranquilo...
Quero ser leve.Quero falar ao vento todas as coisas boas e ruins que acontecem mas sem medo de que ele traga de volta alguma farpa maldita...ah, esse vento...
Mas então de que mesmo estava falando?? Ah sim, sobre acertar.
Mas o que vem a ser isso?? Não sei...
As coisas são tão relativas.As circunstâncias mudam mas os medos, não.
As pessoas são outras mas os fatos se repetem.
A idade nunca é a mesma, mas a vida parece repetir padrões.
Saber quando acertei só lá dentro mesmo pra sentir...coração fica feliz, sorrindo, meio bobo feito criança.
É essa sensação que quero pra mim. Tipo borboletas no estômago pra sempre, entende??
Pedir demais? Acho que não...
Pedir de menos é que não dá. Amar de menos. Viver de menos. Contentar-se com o pouco ou quase nada...Definitivamente não dá.
Então, de agora em diante, que venha o inesperado, o simples que move a vida, o amor desenfreado e incondicional e com certeza, a sensação maravilhosa de saber que acertei.
Acertei no momento que decidi que não dá pra ficar esperando alguém ou algo pra ser feliz.
Não mesmo...E por isso, voltei a escrever!!! A minha voz está escorrendo pelos dedos.
E isso sim, é acertar de vez!!!!!!
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CRISE DOS 40 ANOS A MAIS...rsrsrs


Ela me pegou, a famosa crise dos 40....e uns. Pensei que ia passar por essa com os pés nas costas e dando língua para esta onda que invade a mente e toma conta dos pensamentos da mulher balzaquiana. Acho que cada um tem a crise do seu jeito e ao seu tempo, a minha se desencadeou há menos de um mês e veio com força. Meu aniversário é só em fevereiro de 2011, mas não paro de pensar nele desde agora. E se algumas mulheres passam pela crise dos quarentas e ..... ignorando o fato, outras ficando ranzinzas, outras emotivas, e ainda outras soltando de "vez a franga enquanto dá tempo" rsrsrsrs, o cerne da minha é a nostalgia.
Nunca, senti tanta saudade na minha vida, ou melhor, tanta saudade da minha vida e de mim mesma. E isso é possível? Sentir saudade da própria vida que ainda está em andamento e de si próprio estando "vivinho da silva" e "colado com você mesmo"? Ah, isso é (e o que não é possível na cabeça de uma aquariana?), possível, sim. Normal? Já tenho minhas dúvidas. Se a foto que abre o post tivesse um som, seria o de um suspiro e é assim que vivo desde que a crise começou, a suspirar cada vez que me deparo com algo que lembre o meu passado. Tocou uma música, passou um filme, encontrou uma foto...pronto é o suficiente para eu deixar de habitar 2011 para entrar numa dimensão paralela da década de 80 e 90.



Eu sempre passei bem por cada fase da minha vida, tive infância daquelas bem infantis, uma adolescência intensa, saí da escola para a faculdade numa boa, saí da faculdade para o mercado sem pestanejar, da solterice(continuo) para a tranquilidade, mas agora travou tudo e nem o diário terapêutico (escrevo um diário nos momentos das fortes emoções para ler depois na calmaria e me entender melhor) está ajudando.O que mais me faz falta é a ingenuidade, aquela que nos faz pensar que tudo é completamente possível de se realizar e que somos tão especiais que conosco tudo será diferente do que foi com os outros, ah, aquela época de frases extremistas e pensamentos radicais, do tipo: "se ele me deixar, não amarei mais ninguém" ou "prefiro morrer a pagar esse mico", um tempo de tantas "certezas", de "verdades absolutas", inquestionáveis como a fidelidade de sua melhor amiga.


Que saudades dos meus cabelos vermelhos, de escrever cartas perfumadas, de juntar as meninas na casa de uma das amigas para dormir e passar a noite toda conversando, de dar uma de cupido, que saudade imensa dos "amores eternos", daquele cheiro de "chá de camomila"(cerveja ou vinho escondido) invadindo a tarde depois de fazer as tarefas, de só sair depois que terminasse Barrados no Baile, de ficar pensando o que fazer para conhecer nossos ídolos para que eles se apaixonassem por nós rsrsrs (imaginei mil formas de ir a Irlanda e encontrar o Bono Vox hahaha), daquelas "guerrinhas" bobas do colégio porque a "galera de fulaninha tá imitando a gente", saudades de saber que nunca estaríamos sozinhos nesse mundo enquanto tivéssemos nossos amigos da "mesma tribo" pensando como nós, sentindo como nós, se vestindo como nós...Que saudades das aulas de jazz naquela sala de vidro , de marcar no studio para "ensaiar com a banda", para assistir a banda do amigo tocar, de sentir ciúmes das "fãs" da banda do namorado, todos nós éramos tão famosos, tão celebridades no "nosso mundo" e não precisávamos de mais nada,além dele.Que saudades das aulas de teatro, de pegar gatinhos na rua para criar, de reunir todo mundo para contar histórias de fantasmas com as luzes apagadas e depois não conseguir mais dormir com medo das nossas próprias histórias...
Quando olho para trás fico feliz de poder guardar esses momentos na minha lembrança, de tê-los vivido. Muitas pessoas que fizeram parte desta época da minha vida, que tiverem um papel fundamental nela, hoje, não tenho mais tanto contato, alguns não sei por onde andam, outros se transformaram em pessoas muito diferentes devido as coisas que viveram dali para frente, alguns perdi o contato e quando reencontrei, o laço que nos ligava tinha se desfeito...com poucos ainda tenho um vínculo mais forte, mas mesmo assim, não compartilhamos mais o dia a dia uns dos outros. E eu? "Aquela eu "se distanciou muito de mim, aquela que não dava a mínima para um organograma, que queria viver somente de música e dança, que tinha como maior responsabilidade passar de ano na escola, que tinha os melhores amigos do mundo, sempre prontos para as loucuras que inventasse que escrevia poemas quando estava triste, que imaginava um futuro distante em que "ser adulto" seria algo mágico, a chave para fazer só o queríamos e nos desse na cabeça, porque as únicas pessoas que poderiam nos ditar regras eram os pais e nessa época eles não iam mais poder dar "pitaco" rs.
Tenho certeza que essa "eu antiga" se foi no dia em que troquei minhas madeixas vermelhas pelas naturalmente castanhas, o couro pela seda, que tirei o esmalte preto, que guardei meus papéis de carta e comecei a mandar emails com final "Atc"..."aquela eu" sempre teve personalidade forte e não deixaria barato tamanha interferência no seu modo de vida, por isso ela se foi, não vem mais escrever poesia, nem planejar fugas para a Irlanda, nem me ensinar como viver de música. E se hoje é fácil chegar aos 40 e uns com carinha de 20, difícil mesmo é conservar o espírito romântico e aventureiro dos 16. Esse vai dando um passo para trás toda vez que a gente se permite executar algo que não queremos, não gostamos, não concordamos, mas fazemos pelo salário, pela estabilidade, pelas contas no fim do mês, pelo padrão de vida...toda vez que deixamos de priorizar as pessoas que amamos e que nos fazem bem, para dar atenção a quem temos "obrigação" de dar, toda vez que ouvimos aquela música que nos fazia vibrar, mas ao invés de cantar abaixamos o som porque não fica bem para alguém da "nossa posição ouvir som "nessa altura" e se empolgar com "bobagens". E cada vez que, ao lembrar de um sonho antigo, pensamos que será muito difícil ter tempo para realizar tal coisa, com tantas metas para bater e serem incluídas naquele relatório de final do ano, aí sim, o "eu antigo" se despede completamente de nós, porque se não há mais espaço nem para os nossos sonhos é porque não somos mais a mesmas pessoas.
Tem mais alguém aí passando pela crise dos 40... e uns ou que já passou por ela? Por favor, deixe um relato, o que sentiu, como sobreviveu rs.... Eu, vou ficar por aqui, ouvindo os cds antigos, relendo pedaços dos livros que me marcaram, revendo os filmes que me inspiravam. mas vou deixar o cabelo dessa cor mesmo, rs) agora louros...quem sabe nos próximos meses que antecedem meu aniversário, o meu "antigo eu" e o "eu maduro" não entram num acordo e conseguem mesclar a vida um do outro com o que cada um sabe fazer de melhor?

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