quinta-feira, 14 de julho de 2011



''Depois abro Adélia Prado e leio:
“a vida é tão bonita/ basta um beijo/ e a delicada engrenagem movimenta-se/
uma necessidade cósmica nos protege”.
Depois durmo, certo de que ainda há muitas histórias para serem lidas,
para serem escritas, para serem lembradas.
Até para serem vividas, quem sabe?''
  Caio Fernando Abreu

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Quem de nós dois
 



Se eu disser
Que já nem sinto nada
Que a estrada sem você
É mais segura
Eu sei você vai rir da minha cara
Eu já conheço o teu sorriso
Leio o teu olhar
Teu sorriso é só disfarce
O que eu já nem preciso...

Sinto dizer que amo mesmo
Tá ruim prá disfarçar
Entre nós dois
Não cabe mais nenhum segredo
Além do que já combinamos
No vão das coisas que a gente disse
Não cabe mais sermos somente amigos
E quando eu falo que eu já nem quero
A frase fica pelo avesso
Meio na contra mão
E quando finjo que esqueço
Eu não esqueci nada...

E cada vez que eu fujo, eu me aproximo mais
E te perder de vista assim é ruim demais
E é por isso que atravesso o teu futuro
E faço das lembranças um lugar seguro...
Não é que eu queira reviver nenhum passado
Nem revirar um sentimento revirado
Mas toda vez que eu procuro uma saída
Acabo entrando sem querer na tua vida

Eu procurei qualquer desculpa pra não te encarar
Pra não dizer de novo e sempre a mesma coisa
Falar só por falar
Que eu já não tô nem aí pra essa conversa
Que a história de nós dois não me interessa...
Se eu tento esconder meias verdades
Você conhece o meu sorriso
Lê o meu olhar
Meu sorriso é só disfarce
O que eu já nem preciso...

Ana Carolina
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sobre um tempo de brasas e areia movediça no retratos da alma



Já caminhei sobre brasas

já pisei em areia movediça
Será possível fazer isto sem se queimar e sem se afundar?
Nem sempre se recebe da vida a delicadeza que se oferece a ela
Nem sempre a pureza é capaz de anular a maldade
Nem sempre o sorriso permanece sem que o queiram roubá-lo
Nem sempre o brilho encontra o facho de luz que o valoriza....




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