sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

''O mundo pode continuar feio

que eu vou continuar sentindo coisas bonitas.''
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''E que você suporte os meus defeitos e se sinta orgulhoso das minhas qualidades, e apesar de não ter uma beleza extrema, poder fazer com que você enxergue que gostar de alguém vai muito além de beleza fisica, e tentar também de algum jeito (infelizmente só tentar) fazer com que você não precise olhar em outras direções, porque seus olhos vão estar dentro dos meus.Eu quero sempre encontrar você, sejá lá aonde você estiver...''
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“Sigo a vida conforme o roteiro, sou quase normal por fora, pra ninguém desconfiar. Mas por dentro eu deliro e questiono. Não quero uma vida pequena, um amor pequeno, uma alegria que caiba dentro da bolsa. Eu quero mais que isso. Quero o que não vejo. Quero o que não entendo. Quero muito e quero sem fim. Não cresci pra viver mais ou menos, nasci com dois pares de asas, vou aonde eu me levar. Por isso, não me venha com superfícies, nada raso me satisfaz. Eu quero é o mergulho. Entrar de roupa e tudo no infinito que é a vida. E rezar – se ainda acreditar – pra sair ainda bem melhor do outro lado de lá.”
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'A gente sempre deve sair à rua como quem foge de casa,



Como se estivessem abertos diante de nós todos os caminhos do mundo.


Não importa que os compromissos, as obrigações, estejam ali...


Chegamos de muito longe, de alma aberta e o coração cantando!'


Mario Quintana - A verdadeira cor do invisível
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"Meu maior medo é viver sozinho e não ter fé para receber um mundo diferente e não ter paz para se despedir. Meu maior medo é almoçar sozinho, jantar sozinho e me esforçar em me manter ocupado para não provocar compaixão dos garçons. Meu maior medo é ajudar as pessoas porque não sei me ajudar. Meu maior medo é desperdiçar espaço em uma cama de casal, sem acordar durante a chuva mais revolta, sem adormecer diante da chuva mais branda. Meu maior medo é a necessidade de ligar a tevê enquanto tomo banho. Meu maior medo é conversar com o rádio em engarrafamento. Meu maior medo é enfrentar um final de semana sozinho depois de ouvir os programas de meus colegas de trabalho. Meu maior medo é a segunda-feira e me calar para não parecer estranho e anti-social. Meu maior medo é escavar a noite para encontrar um par e voltar mais solteiro do que antes. Meu maior medo é não conseguir acabar uma cerveja sozinho. Meu maior medo é a indecisão ao escolher um presente para mim. Meu maior medo é a expectativa de dar certo na família, que não me deixa ao menos dar errado. Meu maior medo é escutar uma música, entender a letra e faltar uma companhia para concordar comigo. Meu maior medo é que a metade do rosto que apanho com a mão seja convencida a partir com a metade do rosto que não alcanço. Meu maior medo é escrever para não pensar."
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''Continuo a mesma. Continuo no mesmo endereço de um ano atrás. Continuo com a mesma árvore de folhas sempre verdes na calçada. Continuo com a mesma janela que dorme aberta e os mesmos incensosnecessários. Continuo com o mesmo nome, o mesmo sobrenome, RG, CPF, só transferi o título. Continuo com o mesmo celular. Continuo com o mesmo jeito direto que assusta algumas pessoas. Continuo a mesma boba que sorri de nada. Que faz bico quando chora. Continuo com o mesmo jeito tímido. Continuo com a mesma cautela. Continuo com um exagero abusado e um drama para achar graça. Continuo falando bobagens. Continuo acreditando nos amores. Continuo quebrando a cara. Continuo brincando de ser feliz. Continuo eternizando letras. Continuo a ver São Jorge na lua cheia. Continuo com minhas insônias. Continuo com minhas defesas, medos, desesperos. Continuo vivendo muito para dentro. Continuo sem paciência para o social. Continuo com umas ondas de velhinha. Vez ou outra dou uma de João Gilberto. Continuo crítica, principalmente comigo mesma. Continuo azeda, mas muito doce quando doce. Continuo do contra e adoro discordar para pirraçar. Continuo tomando dramin para viajar e viro a pessoa mais imbecil do mundo sob o efeito dessa droga. Continuo a fazer aquela vozinha cuticuti quando converso com bebês. Continuo séria. Continuo sorriso. Continuo a tomar o microfone só para mim quando tem um videokê por perto. Continuo com o joelho esquerdo me perturbando. Continuo a fazer telefonemas de carinho ali no quintal, olhando para o céu. Continuo viciada em pão de queijo e a achar Friends o melhor seriado. Continuo a reclamar do calor. E se faz frio, reclamo do frio. Continuo a preferir o inverno. Continuo fã de sorvetes. Continuo a soprar cílios. Continuo a me apaixonar todos os dias. Continuo a sofrer para pisar no chão e deixar a fantasia de lado. Continuo com umas coragens insanas. Continuo sendo várias, depende de quem me chama. Continuo a soletrar meu nome em todo canto. Continuo a saber que é meu nome que será chamado quando aparece uma trava na boca das pessoas que leem o papel. Continuo louca por abraços. Continuo a fingir que não tenho medo de avião. Continuo a fazer poesia dentro do ônibus. Continuo a me preocupar com as revoltas naturais do mundo. E continuo não gostando de animais. Continuo travada nos euteamos. Continuo com o mesmo perfume. Continuo a trocar baladas por cinema. Continuo a ter nojinho de piscina.Continuo a cobrir meu corpo inteiro quando durmo à noite após um filme de terror. Continuo a achar mesmo que o cobertor me protege, nessas situações. Continuo obviamente besta. E chata. Continuo observadora demais. Continuo calada quando muita gente fala ao mesmo tempo. Continuo a criar histórias para pessoas desconhecidas enquanto sento num banco qualquer pelas praças. Continuo essencialmente MPB e bossa. Continuo sempre com um trident na bolsa. Continuo a demorar para responder e-mails. Continuo a escrever cartas. Continuo a achar estranho unhas dos pés pintadas de vermelho. Continuo a escovar os dentes com a mão esquerda na cintura. Continuo com a letra pequenininha. Continuo a procurar erros de português em todos os cantos. Continuo a me sentir nua sem brincos. Continuo sarcástica. Continuo ótima ouvinte. Continuo sensível demais. Continuo insensível demais. Continuo a dizer que De onde vem a Calma é a fotografia do meu lado de dentro. Continuo achando quarta-feira o melhor dia da semana. Continuo acumulando leituras indicadas. Continuo a achar que chuva forte é aplauso. Continuo com inveja das pessoas que gostam de café e amendoim. Continuo a me encantar com ternurinhas. Continuo a ter gastura de pessoas cantando inglês errado. Continuo a ter medo de panela de pressão. Continuo sem cachos. Continuo a não usar batom. Continuo preferindo a calça jeans. Continuo a ver duplo sentido em quase tudo. Continuo a achar melancia uma fruta alegre, porque cada talhada é um sorriso. Continuo achando que preciso usar óculos. Continuo com preconceito musical. Continuo com preguiça de gente. Continuo a sorrir quando vejo uma câmera fotográfica. Continuo a não saber dar parabéns além do básico: parabéns! Continuo a sentar na grama. Continuo a me tranquilizar quando a chuva cai lá fora. Continuo na minha sozinhez. Continuo a brigar com minha escolha profissional. Continuo a pedi-la em casamento todos os dias. Continuo a achar que catchup, purê de batatas e diamante negro são invenções dignas. Continuo a ficar com a cara amarela quando chupo manga. Continuo a tchutchar o pão no prato de sopa. Continuo a achar que pra caralho é uma expressão que intensifica as coisas pra caralho. Continuo pagã. Continuo a ter que me cobrir da cintura até os joelhos, mesmo que o calor seja imenso, ou então não durmo. Continuo a não ser mulherzinha. Continuo a não ter amigas mulherzinhas. Continuo com as pernas inquietas que dançamcrises de enxaqueca durante implosões. Continuo a tirar o esmalte com os dentes deixando o chão cheio de pontinhos vermelhos, quando ansiosa. Continuo solta. Continuo amante de praias. Continuo a usar close-up verde. Continuo a ficar tonta na rede. Continuo monstra quando acordo e mais ainda quando sinto dor. Continuo achando a acústica do banheiro algo sensacional. Continuo a contar meus mais amigos nos dedos da mão direita. Continuo com doses de melancolia. Continuo a voar para dentro das pessoas quando vejo pedacinhos meus por lá. Continuo a ver um lado escondido quando o espelho me enfrenta. Continuo a chorar de repente, do avesso, florindo. E depois, planto sorrisos. Continuo a me gastar de maneiras lindas. E a contabilizar meus pedaços assim, todo dia '12 de FEVEREIRO'. Que eu escolhi para meu. Que me recebeu, com suas águas. Toda essa promessa de vida. E vários corações.

Continuo amor.''

Texto lindíssimo da Jaya.



Onde retirei algumas preferências dela e mudei a data de nascimento.













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